Depois de meses de trabalho, muitos posts, enfim seu blog cresceu e chegou a hora que você esperava: sua conta no AdSense alcançou os primeiros US$100,00. E para alguns é onde começa a dor de cabeça, já que boa parte dos usuários não configurou direito a conta, esqueceu ou não soube como preencher os dados necessários para habilitar o pagamento.
Muita gente relata problemas, mas eu não tive nenhum quando passei por essa fase, e vou deixar aqui o processo usado. Ao contrário do que alguns dizem, é perfeitamente possível receber o pagamento inclusive em contas poupança, e não precisei pôr um pé na agência nem fazer um telefonema para isso.
PIN e Dados da Agência
Antes de tudo, prencha todas as informações pedidas na conta. A primeira etapa será informar o PIN de sua conta AdSense. Não adianta procurar o PIN no seu painel de controle: ele é enviado pelo Google por carta, assim que você atingir os US$50,00 iniciais. Ou seja: trate de manter seu endereço atualizado em seus dados cadastrais.
Aparência da carta do Google com seu PIN
Interior da carta com o PIN do AdSense
Algum tempo depois de fornecer o PIN, sua conta estará quase pronta para que você comece a receber, mas faltam algumas informações cruciais. O único método de pagamento atualmente para editores no Brasil é a transferência eletrônica internacional, o Wire Transfer (antigamente havia um pagamento por cheque nominal, mas foi extinto). Como o dinheiro será pago diretamente a você, titular da conta no AdSense, a conta bancária TEM QUE SER SUA. Não há como receber por contas alheias, seja do seu pai, irmão, etc.
Siga ao menu Minha conta > Definições de conta > Informações de pagamento > Editar para inserir as informações bancárias. Algumas são obrigatórias, outras só serão preenchidas se seu banco exigi-las para este tipo de operação:
Informações obrigatórias:
- Número da conta bancária
- Nome do titular da conta bancária (deve ser o mesmo nome que consta em sua conta do AdSense)
- Código SWIFT
- Nome do banco
- Endereço do banco (rua e número, cidade, estado e CEP)
- Número da agência
- Número do banco
- Número de telefone do banco (incluir o DDD com 2 dígitos)
Informações opcionais:
- Código SWIFT do banco intermediário
- Nome do banco intermediário
- Endereço do banco intermediário (rua e número, cidade, estado e CEP)
- Número da conta bancária do banco intermediário
Não tem muito segredo aqui. Lembre-se de preencher tudo corretamente. Só um ou outro ponto causam mais dúvida, como o código SWIFT, que é único para cada banco. No meu caso (Caixa Econômica Federal em São Paulo), o SWIFT é CEFXBRSP. Veja a lista de códigos SWIFT aqui.
Não se engane com outros códigos encontrados por aí ou oferecidos por funcionários mal-informados de bancos: o SWIFT tem obrigatoriamente uma mistura de letras, com 8 ou 11 caracteres. Qualquer coisa diferente disto é erro, e se preencher o SWIFT errado, o Google não vai conseguir fazer seu pagamento (você não perde o dinheiro, mas ele voltará para a origem, ficando retido até você fornecer um SWIFT correto).
Além disso, conforme-se com a possibilidade dos funcionários do banco não terem a mínima ideia do que você está falando se perguntar lá pelo SWIFT. Só quem tiver experiência com transações internacionais (o gerente?) talvez saiba, então é melhor você se virar e pesquisar por sua conta. Se você mora em cidades bem pequenas, peça ao gerente para entrar em contato com a agência central para perguntar (caso você não descubra sozinho).
Nota: alguns códigos têm onze caracteres com um “XXX “no final. Essa parte do código é opcional onde for XXX (ficando então o SWIFT com apenas oito caracteres), mas nos demais códigos (por exemplo, o Banco Safra do Rio de Janeiro tem código terminando com RJO) é obrigatório preencher com esses caracteres também – totalizando os onze caracteres.
Não deixe de informar também os dados como telefone e endereço da agência. Em número do banco, NÃO É O NÚMERO DO EDIFÍCIO, tipo “Av. Tal, Nº X“, e sim um número único de cada banco (o da CEF, por exemplo, é 104). Você pode conseguir isso facilmente na internet, como no site do seu banco ou no site da Febraban.
Depois de fornecer todas as informações e enviar, o formulário vai ficar em branco, mas não é preciso preencher de novo. Alguns dias depois, você deverá ver isso:
Não se preocupe com o “Citibank” e aquele número estranho ali, está tudo certo. São informações da conta que o Google usa para enviar o dinheiro para as contas dos editores (ou seja, a grana virá desta conta do Citibank em direção à conta que você informou ao preencher o formulário).
Quanto e Quando Recebo?
A partir daí, você provavelmente não terá que fazer mais nada, só esperar. Quando sua conta chegar ao saldo de US$100,00, o valor será transferido para sua conta automaticamente até o fim do mês seguinte. Ou seja: se você chegou no valor no dia 20 de um mês, deverá receber no máximo até o último dia do mês seguinte. Eu costumo receber por volta do dia 25.
Quando o valor que você tinha passar para o campo “Pagamento mais recente”, é porque ele já foi liberado.
O valor dependerá da cotação do dólar no dia da operação, e já será creditado convertido em sua conta (espero que assim seja em todos os bancos, é o que acontece na CEF). Claro que você não receberá o valor limpo: uma bela taxa de conversão será cobrada (veja mais abaixo).
Se você não quiser receber sempre que tiver US$100,00 e preferir acumular mais, basta editar a autorretenção de pagamento em sua conta. Clique em “editar autorretenção do pagamento” (veja no print anterior). Ao pedir a retenção, o Google não fará mais a transferência, mesmo que você tenha mais que o valor mínimo, e só vai pagar quando você pedir o desbloqueio (ao fim do mês seguinte).
Se você tiver um valor alto para receber, é provável que seu banco solicite mais documentos de comprovação da origem. Nesse caso, vá ao banco e leve seus documentos e uma cópia do contrato do AdSense e um print do seu histórico de pagamentos (aquela seção do painel do AdSense que exibe seus ganhos no período.
Impostos e Taxas
Como dito antes, há uma taxa de cada banco sobre a operação; no caso da CEF, atualmente pago R$36,80 de DEBTAROPEX (débito de taxa de operação no exterior). Quanto aos impostos, sugiro que você procure um contador, mas normalmente quem ganha R$1500,00 (varia de acordo com o semestre) ou menos por mês é isento. Você pode baixar o programa do Carnê-Leão no site da receita federal e conferir por si mesmo.
Nota: o Carnê-Leão serve para outros tipos de pagamento de imposto, então o valor referente ao AdSense, mesmo que inferior ao mínimo da isenção, pode ser somado num mesmo mês com outros pagamentos que ocasionalmente você tenha. Nesses casos, é bom declarar e pagar o que for devido para evitar problemas futuros. Consulte um contador e leia mais sobre o Carnê-Leão aqui.
Se você é contador e tem experiência em Livro-Caixa, pagamentos do exterior e AdSense, sua ajuda seria altamente apreciada por todos os leitores. Comente com o que puder acrescentar.
Leia também o guia do Google sobre pagamentos do AdSense.
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